segunda-feira, 28 de março de 2011

[Agenda] SIMPÓSIO EM COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA APAE DE SÃO PAULO - CÉREBRO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

SIMPÓSIO EM COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA APAE DE SÃO PAULO - CÉREBRO E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Para comemorar os 50 anos da APAE DE SÃO PAULO, o Instituto APAE DE SÃO PAULO reuniu algumas das maiores especialistas do país em um evento exclusivo para falar sobre cérebro e Deficiência Intelectual.

Objetivos: levar informação atualizada sobre o panorama geral da deficiência no Brasil e no mundo para os diversos agentes da sociedade, fomentar reflexões sobre o tema e seus prognósticos de saúde e inclusão social para a melhoria das condições da vida dos cidadãos assistidos com Deficiência Intelectual.

Público Alvo: acadêmicos, médicos, cientistas, pesquisadores, estudantes, sociedade em geral

Local: Memorial da América Latina
Auditório da Secretaria Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Endereço: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 564 – Portão 10 - Barra Funda – SP

Investimento: R$50,00 para profissionais
R$ 30,00 para estudantes, familiares de pessoas com
Deficiência Intelectual, profissionais de instituições
congêneres e APAEs

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

Horário

Atividades

14h00

Recepção

14h30

Abertura Oficial
Dr. Esper Abrão Cavalheiro
Professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Escola Paulista de Medicina/UNIFESP e Presidente do Conselho Científico da APAE DE SÃO PAULO.

15h00

Palestra: "Pesquisas com células-tronco: presente e futuro“ - Dra. Mayana Zatz
Professora titular de Genética do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano e do Instituto Nacional de Células-Tronco em Doenças Genéticas.

15h50

Intervalo/Café

16h20

Palestra: "O Cérebro de Cada Dia: A Neurociência da Vida Cotidiana" - Dra.Suzana Herculano-Houzel
Professora adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do corpo editorial da Revista Neurociências, apresentdora e roteirista da Rede Globo de Televisão e colaboradora da Jorge Zahar Editor.

17h10

Palestra: "Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Deficiência Intelectual" - Dra. Ana Lúcia Gazzola
Secretária de Estado de Educação de Minas Gerais e Ex-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

18h00

Encerramento

18h30

Coquetel

Informações
instituto@apaesp.org.br
Tel: 5080-7061 ou 5080-7007


sexta-feira, 25 de março de 2011

[Agenda] XLI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia

XLI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia

A Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, principal evento
da área no Brasil, é realizada buscando levar o melhor da psicologia
científica às diversas regiões do território nacional. O evento
apresenta Conferências, Simpósios, Mesas-Redondas e Cursos oferecidos
pelos mais importantes pesquisadores do país e profissionais com vasta e
reconhecida experiência. Também conta com grande número de Painéis e
Sessões Coordenadas de apresentação de pesquisas, oferece espaço para
Painéis Permanentes de cursos, programas e laboratórios, para Encontros
e Reuniões, Lançamento de Livros, Exposições e venda de material
acadêmico, científico e técnico. Assim, o participante recebe
informações atualizadas sobre o avanço da ciência em mais de 20
diferentes áreas da Psicologia.


Nos dias 26 a 29 de outubro de 2011 a SBP realizará a sua XLI Reunião
Anual em Belém, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.


As inscrições e submissões de propostas de atividades devem ser feitas
através da página da Reunião Anual no site www.sbponline.org.br


TAXAS DE INSCRIÇÃO PARA A XLI REUNIÃO ANUAL DA SBP ATÉ 12/05/2011

Associados quites em 2011
Estudante (graduação) : R$ 85,00
Pós-Graduando (stricto-senso) : R$ 120,00
Profissional (graduado) : R$ 160,00

Não associados
Estudante (graduação) : R$ 170,00
Pós-Graduando (stricto-senso) : R$ 240,00
Profissional (graduado) : R$ 330,00


Datas finais para envio de propostas

SIMPÓSIOS E MESAS REDONDAS: 14 DE MAIO DE 2011

SESSÕES COORDENADAS E PAINÉIS: 30 DE JUNHO DE 2011


* Para a submissão de propostas é necessário que primeiro seja efetuado
o pagamento da taxa de inscrição. Após dois dias úteis a SBP enviará um
e-mail com a confirmação de sua inscrição e seu CPF será liberado para
preenchimento do formulário para envio de propostas e resumos.



Para maiores informações e acesso a página da Reunião Anual clique no
link abaixo:


sexta-feira, 18 de março de 2011

[Artigo] Monografia do curso de AT

Durante o ano de 2010 fiz o curso para formação de acompanhante terapêutico com o grupo ContATo como formação paralela com a graduação de Psicologia. Segue o trabalho que apresentei como conclusão do curso, meu tema de escolha foi: Setting no Acompanhamento Terapêutico.

Deixem seus comentários!

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Setting no Acompanhamento Terapêutico


Resumo:

Este trabalho tem como objetivo discorrer brevemente sobre o setting , ou enquadre, no Acompanhamento Terapêutico (AT) fazendo um leve paralelo com o que pensado por Freud no início da Psicanálise. Por fim, iniciar um pensamento em como essa prática terapêutica auxilia o paciente (acompanhado) a resimbolizar locais e situações experienciadas.

Palavras chave: acompanhamento terapêutico, setting, enquadre

1. Breve retorno à teoria

· Setting Freudiano

O setting, ou enquadre, psicanalítico foi criado por Freud a partir de uma idéia básica: procurar facilitar, da melhor maneira possível e com o mínimo de perturbação, o desenvolvimento de um processo: o desabrochar da “neurose de transferência” (Freud, 1914). Neste contexto, o setting psicanalítico poderia ser entendido como a estratégia clínica fundamental, delineada por Freud, para o enfrentamento das neuroses. Mais precisamente, esta estratégia consistiria em tornar fixos um conjunto de aspectos que, a princípio, seriam puramente variáveis – tais como: a freqüência das sessões a cada semana; a “atenção uniformemente flutuante”; a “regra psicanalítica fundamental”; a “reserva analítica”; a utilização do divã; dentre outros – , de modo a introduzir e manter na relação paciente-analista um determinado “contorno”, uma singular ordenação.

Assim, o setting pode ser conceituado como a soma dos procedimentos que buscam organizar normatizar e possibilitar o processo psicanalítico. Resultando em um grupo de orientações, atitudes e combinações, tanto as contidas no contrato analítico, bem como as que vão se (re)definindo ao longo da análise como: o número de sessões por semana, os dias e horários das sessões, os honorários, o plano de férias, etc.

O setting analítico costuma sofrer uma carga de pressão por parte de alguns pacientes (às vezes de certos analistas) no sentido de se fazerem necessárias sucessivas modificações em relação ao que foi inicialmente estabelecido e determinado.

Segundo Zimerman (2005), na prática analítica, além dos necessários arranjos pragmáticos, o setting visa às seguintes funções:

1. Criar uma atmosfera de confiabilidade, de regularidade e de estabilidade.

2. Estabelecer o aporte da realidade exterior, com suas inevitáveis provações e frustrações.

3. Ajudar o paciente/cliente a definir a predominância do “princípio da realidade” sobre o “princípio do prazer”.

4. Principalmente para pacientes demasiadamente regressivos, a regularidade do favorece que este paciente desenvolva as capacidade de diferenciação, separação, individuação e responsabilização.

5. Pode-se dizer que o setting, por si mesmo, funciona como um importante fator terapêutico psicanalítico, pela criação de um espaço que possibilita o analisando trazer seus aspectos infantis no vínculo transferencial, assim repisando antigas experiências emocionais que na época foram mal-resolvidas, e, ao mesmo tempo, poder usar a sua parte adulta pra ajudar o crescimento daquelas partes infantis.

· Breve história do Acompanhamento Terapêutico

O acompanhamento terapêutico surgiu na década de 1960, da prática psiquiátrica com pacientes graves hospitalizados, como uma alternativa para a conduta terapêutica até então utilizada nas instituições. Desde sua origem, o acompanhamento terapêutico busca uma forma de reintroduzir o paciente recluso no meio social além da instituição. Atualmente, o acompanhamento terapêutico é recomendado não só a pacientes institucionalizados, mas também os que apresentem um maior comprometimento em lidar de forma autônoma com seu cotidiano e afazeres diários.

Para chegar a essa autonomia, o paciente deve caminhar pelas diferentes atividades costumeiras, como por exemplo, escrever uma lista de compras, preparar-se para uma entrevista de emprego. Em todas essas tarefas o acompanhante terapêutico poderá ser de grande ajuda, tentando aliviar o paciente as eventuais angústias que possam ser geradas por essas atividades corriqueiras.

2. Setting no Acompanhamento Terapêutico

Como o acompanhamento terapêutico é uma prática recente, a necessidade de (re)afirmar-se enquanto teoria e prática faz-se necessária a todo momento, ainda mais por constituir um grupo de atividades não muito reconhecidas como compatíveis com a terapia. Atividades estas como: ir ao cinema, jogar vídeo games, fazer passeios e etc.

Essa possibilidade do acompanhante terapêutico vivenciar com o paciente as atividades diárias deste e seus afazeres, exemplifica de uma das diferenças mais marcantes entre o acompanhamento terapêutico e a terapia de consultório. A possível alteração de ambiente em que o acompanhamento é realizado demonstra a flexibilidade do setting, deixando-o móvel, adaptável, ou seja, o atendimento pode ser realizado nos ambientes frequentados diariamente pelo paciente ou mesmo onde, em caso de pacientes institucionalizados, internados temporariamente ou pessoas que não conseguem sair de casa, onde o paciente se encontra.

Embora o acompanhamento terapêutico tenha suas peculiaridades, vale ressaltar que as premissas delineadas por Freud (1914), no que diz respeito à clínica feita em consultório, ainda são válidas.

A teoria e a prática do Acompanhamento Terapêutico visam uma maior autonomia, buscando a ressocialização do sujeito, isso se dá, pois, a origem do pensamento clínico no Acompanhamento Terapêutico está nas imitações encontradas nas oportunidades terapêuticas que as instituições e os tratamentos psiquiátricos/psicológicos podem conferir ao sujeito.

Alcançar autonomia e assim tornar-se independente é um processo lendo e árduo, consistindo em etapas diárias de aprendizado e integração interna do universo psíquico do indivíduo para que haja o enfrentamento, mais adequado possível, de eventuais frustrações e dificuldades vivenciadas.

Está nessa pluralidade, nesta construção e busca de uma autonomia a necessidade de mobilidade do setting no Acompanhamento Terapêutico. O acompanhado, geralmente, está enormemente psiquicamente comprometido, não conseguindo realizar suas atividades mais básicas (trabalhar, estudar, tomar banho, organizar-se, etc) e desta forma o acompanhante terapêutico pensará, juntamente com o paciente, maneiras de realizar os afazeres necessários. Mesmo com essa mobilidade do setting, os pontos levantados anteriormente neste trabalho acerca do mesmo, ainda são válidas e necessárias, contudo, é primordial adaptar alguns pontos.

O enquadre no Acompanhamento Terapêutico deve conferir segurança e proteção à dupla (acompanhado e acompanhante terapêutico) da mesma maneira que um terapeuta/psicanalista o faz no consultório. Para buscar tanto a proteção como a segurança – tanto física como psíquica da dupla – e tornar o atendimento terapêutico, não se pode negligenciar a importância do contrato terapêutico.

O contrato terapêutico atuará como um primeiro orientador da dupla, ajustando, assim, a regularidade das sessões, o valor a ser pago e frequência do pagamento (semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente), etc.

Além desses aspectos de ordem prática, o setting do acompanhamento terapêutico, mesmo móvel e variável, deve manter a confiança e o vínculo construído ao longo dos atendimentos, para isso, o terapeuta deve manter-se extremamente atento para sustentar, ou tentar sustentar, em cada novo espaço, as particularidades terapêuticas dos atendimentos.

Neste ponto, é importante realçar a importância da análise, do próprio acompanhante, bem como, a supervisão, atividades que devem ser periódicas e continuarem por período considerável, para que o acompanhante consiga manter a distância necessária do paciente atendido. Afinal, é o acompanhante terapêutico a “peça” mais constante no setting do Acompanhamento Terapêutico.

Uma das vantagens do enquadre móvel é poder ajudar o paciente a “ressignificar” o ambiente. Por exemplo: uma criança que não consegue ficar na escola e acaba agindo de forma inapropriada, como bater em seus colegas, auto-agressão, chorar exageradamente, etc. O acompanhante terapêutico estará com ela na escola no momento em que estes comportamentos surgirem podendo, assim, observar, mais cuidadosamente, os gatilhos dos comportamentos inadequados, dessa forma, e ajudar, em um primeiro momento, a conter esses comportamentos, mas também buscará compreender e acolher o sentimento, o afeto desencadeador, por assim dizer, das ações indesejadas para, no futuro, trabalhar esse ponto, além de poder orientar profissionais da escola e familiares em como agirem caso esses comportamentos se repitam.

São nesses momentos tão desconfortáveis, não só para o paciente, mas também para todos à sua, volta que o acompanhante terapêutico pode “orientar o espaço social” (Kuras De Mauer e Resnizky, 2008): “O paciente perturbado psiquicamente se encontra perdido em um espaço social que não domina. Sofre importante desconexão do mundo que o rodeia. Na medida que o tratamento permita,, o acompanhante terá como função atenuar esta distância facilitando-lhe o reencontro, em forma paulatina e dosificada, com algo que perdeu.”

O acompanhante terapêutico funciona, por assim dizer, como uma interface entre o mundo externo e o mundo interno do paciente, tentando integrar de maneira menos dolorosa possível, para ao paciente a sua realidade psíquica e a realidade externa. Estabelecendo, assim, o aporte da realidade exterior, com suas inevitáveis provações e frustrações auxiliando o paciente a definir a predominância do “princípio da realidade” sobre o “princípio do prazer”, assim como um terapeuta/psicanalisa auxilia seus pacientes no consultório.

A mobilidade do setting exigirá do acompanhante terapêutico uma maior disponibilidade para o inesperado, o novo, uma vez que pacientes graves são mais instáveis podendo, por um período longo de tempo após o início do acompanhamento, ainda apresentar comportamentos inadequados.

Embora a possibilidade de passeios e atividades ao ar livre seja real, não se pode acelerar um passeio com o paciente quanto este está ainda em um estado assinalado de fragilidade psíquica.

Antes de sair da instituição ou da casa/lugar onde se encontra o paciente, o acompanhante terapêutico deve favorecer o desenvolvimento das capacidades de diferenciação, separação, individuação e responsabilização do paciente, para que este consiga, minimamente, suportar transitar pela.

Da mesma forma que o setting controlado do consultório pode ser terapêutico para o paciente, a possibilidade de um setting a céu aberto também o é, pois o paciente percebe, ao longo do tempo, que lugares e atividades, antes dolorosas e desorganizadoras, podem ser tornar cotidianas e até mesmo prazerosas. Encontra-se aí a ressignificação.

3. Considerações finais

Freud pensou o setting como um instrumento na análise de neuróticos, assim como todo o cerne da teoria psicanalítica, contudo, vale lembrar, o Acompanhamento Terapêutico nasce na clínica das psicoses.

As teorias surgem quando os pressupostos teóricos no momento em questão não são mais capazes de abarcar as necessidades vigentes, desta maneira, uma revisão faz-se necessária. Revisar, repensar não significa anular ou mesmo negar os pressupostos teóricos anteriores. A teoria do Acompanhamento Terapêutico só foi possível graças ao desenvolvimento da teoria Freudiana e de todos que vieram posteriormente a ele, repensando e contribuindo para a melhora daqueles com maior sofrimento psíquico.

É na busca do alívio desse sofrimento que o acompanhante terapêutico trabalha, auxiliando um existir menos penoso e validar a possibilidade de mudança de pacientes anteriormente condenados a institucionalização, como psicóticos e demais pacientes graves.

O setting móvel permite exatamente isso, ir onde consultório não alcança, ou seja, buscar aqueles que não aguentam, não sustentam o gabinete, o settin fechado, mas que podem, e são, grandemente beneficiados por intervenções no âmbito das psicologias.

4. Referências Bibliográficas

FREUD, Sigmund; Ensaios de Metapsicologia, in FREUD (1914-1916) Ensaios de Metapsicologia e outros textos, Companhia das Letras, 2010.

KURES DE MAUER, Susana e RESNIKZY, Silvya; Capítulo II, Abordagens Múltiplas. O lugar do acompanhante terapêutico, página 21 a 44, in Acompanhantes Terapêuticos – Atualizações teórico-clínica (2008), Letra Viva.

ZIMERMAN, David E., in Psicanálise em perguntas e respostas (2005), página 207, Artmed.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Síndrome de Asperger - o retorno, vulgo parte 2

Síndrome de Asperger – O retorno

O primeiro post, dia 16: http://umprojetoempsicologia.blogspot.com/2011/02/sindrome-de-asperger-o-inicio.html , apresentou um tom mais acadêmico, por assim dizer. Uma pincelada nas características comportamentais mais perceptíveis em “aspies”.

O que vale lembrar, e isso muita gente esquece, é que “aspies” querem trabalhar, ter amigos, ser independentes, constituir famílias, enfim, querem ser felizes, à sua maneira.

É exatamente nesse ponto: felicidade à maneira “Aspie” que se encontram boa parte dos conflitos e dificuldades enfrentadas com as famílias, claro, há exceções, contudo muitos pais têm grande dificuldade em lidar com o “ensimesmamento” dos filhos “aspies”.

Portadores de SA preferem trabalhar e estudar a noite, para muitos pais isso é inadmissível, afinal, para esses pais a “noite é para dormir”. Outra dificuldade é conseguir que o filho coma aquilo que os pais oferecem, sem reclamação ou mesmo sem poder escolher qualquer outra possibilidade de cardápio. Outro aspecto que gera um pouco de confusão é a falta de amigos e namoradas (os). “Aspies” querem alguém para conversar e se relacionarem, de uma vez por todas, vamos tirar a idéia de que asperger não tem sentimento, por favor!

Se nós “neurotípicos” não escolhemos qualquer pessoa para dividir nossa vida, alguém com dificuldades empáticas e que não faz questão de uma “socialização gratuita” será ainda mais exigente.

Para contornar essas dificuldades, assim como para contornar dificuldades na criação de “neurotípicos”, além de paciência (porque ser pai é ser paciente, educar é frustrante, tanto para a criança como para o educador) é reconhecer os limites da criança, do jovem asperger.

Respeitar os interesses, perguntado o que a criança gosta de fazer e buscar atividades com esse tema, os Sescs em São Paulo oferecem várias atividades, não voltadas para portadores de SA, mas com temas variados. Procurar exposições em São Paulo, filmes, peças de teatro que possa agradar.

Escolher uma escola que realmente seja inclusiva, que respeite a maneira de ser do pequeno asperger e que não o obrigue a fazer todas as atividades em grupo, adaptando assim o currículo quando necessário. Isso também é válido para os jovens, escolher uma graduação ou curso técnico afinado aos interesses.

Enfim, Asperger não Asperger, o que importa é o Amor, respeito. Claro, criar um asperger apresenta desafios (logo escreverei sobre isso também) mais intensos, contudo, não intransponíveis.

Aproveite o dia de hoje, 18 de fevereiro, para poder refletir por quais igualdades devemos lutar e exigir e quais as diferenças que devemos, sempre, cultivar!

“Neurotípico” ou não, todos merecem cuidados, respeito e principalmente amor, amor com qualidade, aquele amor que escuta o outro, que tenta um meio termo, que não é pesado, mas sim compreensivo, educativo e quando necessário agente frustrador.

Vida de “aspies” não é lógica e racional como muitas pessoas tentam nos fazer acreditar!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Inversão de valores nas psicopatologias

Como profissional da área de saúde mental convivo diariamente com sentimentos dúbios e as vezes paradoxais no que diz respeito a psicodiagnóstico.

Corringindo, meu sentimento é paradoxla não ao psicodiagnóstico, mas como ele é apresentado, defendido e visto pela comunidade da saúde mental. Digo isso porque diagnóstico bem feito é uma ótima ferramenta para a (re)inserção social dos pacientes.
O diagnóstico orienta a medicação mais acertada, a terapia mais recomendada e uma direção não só para aquele que sofre o distúrbio, mas também para seus familiares e amigos.

O que mais incomoda, não.. irrita mesmo, e chego achar criminoso, é a maneira como é dado e colocado o diagnóstico. DIAGNÓSTICO NÃO É SENTENÇA DE MORTE. É histórico, ou seja, algumas características podem ser atenuadas e até mesmo sumirem quando cuidadas medicamentosamente ou na terapia, como por exemplo, sintomas depressivos agudos, ouvir vozes, etc.

Alguns transtornos irão desaparecer, como Autismo, Síndrome de Asperger e outros transtornos do desenvolvimento, outros precisamos ficar atentos para não haver recaída, como depressão crônica, alcoolismo, dentre outros. Vale ressaltar que tudo isso é baseado no que conhecemos até agora sobre as patologias do DSM-IV e CID-10.

Todos nós podemos ouvir vozes, sabe quando estamos super estressados e ouvimos alguém nos chamar? ou ouvimos uma barulho estranho e nada na nossa casa produziu esse som? Quando dizer que alguma coisa é sintoma ?

É sintoma, é preocupante quando as vozes, continuando o exemplo acima, não faz parte da sua religião, cultura ou sociedade e/ou quando compromete suas atividades diárias, ou seja, quando você pára de comer, tomar banho, etc ou mesmo se começa a fazer algumas coisas não muito adequadas, como bater em alguém, agressões em geral, etc.

Como muitas ferramentas, o diagnóstico em sí não gera problemas, mas sim aquelas pessoas que utilizam-se dos diagnósticos para venda de livros, medicamentos e terapias não-convencionais.

Sofrer de depressão não tira capacidade de trabalho, com tratamento adequado, pensado e respeitando as peculiaridades pessoais, o paciente terá uma vida rica e cheia de conquistas. Inclusive, momentos de depressão são fundamentais (mas isso é assunto de um outro post) para nossa vida, para criatividade e superação de crises (sim, sou super contra essa onda de tudo cor de rosa e depressão é fraqueza de espírito).

Ninguém fica doente porque quer, mas sim porque pode, porque é assim que seu corpo (corpo é o conjunto de psiquismo, soma) consegue lidar com a vida.

Não use diagnósticos para excluir e não deixe que excluam você pelo seu diagnóstico.

O que seria do balé sem Nijinsky - esquizofrênico? Da física sem Einstein - suspeita de Síndrome de Asperger? Da psicanálise sem Klein - depressão clínica (sim, ela foi importante)?

Para finalizar, fica aqui o vídeo que inspirou esse primeiro post (um pouco longo...) sobre diagnósticos!





Síndrome de Asperger, o início

Na próxima sexta feira, 18 de fevereiro, é comemorado o dia da Síndrome de Asperger e na contagem regressiva, colocarei aqui posts sobre a Síndrome. Aqui está a primeira parte!
Espero que gostem

Até a próxima
Renata Luder

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Síndrome de Asperger – Parte 1

Após o sucesso do personagem Sheldon do seriado norte americano “The Big Bang Theory”, a Síndrome de Asperger (SA) vem ganhando cada vez mais espaço na mídia. Claro, Sheldon é um estereótipo e por isso seu comportamento é exagerado, contudo, é bem próximo ao mundo “Aspie”. A SA faz parte de um grupo de transtornos conhecidos como, Transtornos Invasivos do desenvolvimento, TID.

“(...) os transtornos invasivos do desenvolvimento (TIDs), às vezes denominados transtornos do espectro do autismo, referem-se a uma família de distúrbios da socialização com início precoce e curso crônico, que possuem um impacto variável em áreas múltiplas e nucleares do desenvolvimento, desde o estabelecimento da subjetividade e das relações pessoais, passando pela linguagem e comunicação, até o aprendizado e as capacidades adaptativas. (...)” (Ami Klin, Marcos T Mercadante - http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462006000500001&script=sci_arttext&tlng=pt )

A Síndrome de Asperger diferencia-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. O diagnóstico geralmente acontece tardiamente, justamente por isso.

As características da SA são conhecidas, tanto dos profissionais que trabalham na área de saúde mental bem como de leigos, por assim dizer. As características comuns aos portadores que auxiliam no diagnóstico diferencial são:

1. Dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal - pessoas com SA geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não conseguem "ler".

2. Interpretar as palavras sempre em sentido denotativo - indivíduos com SA têm dificuldade em identificar o uso de coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.

3. Ser considerado grosso, rude e ofensivo - propensos a comportamento egocêntrico, Aspergers não captam indiretas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.

4. Aperceber-se de erros sociais - à medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua "cegueira emocional", começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar fobia.

5. Paranóia - por causa da "cegueira emocional", pessoas com SA têm problemas para distinguir a diferença entre atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.

6. Lidar com conflitos - ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.

7. Consciência de magoar os outros - uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.

8. Consolar os outros - como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com AS têm pouca compreensão sobre como consolar alguém ou fazê-los se sentirem melhor.

9. Reconhecer sinais de enfado - a incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem incompreensíveis ou desatentos. Na mão inversa, pessoas com SA geralmente não percebem quando o interlocutor está entediado ou desinteressado.

10. Introspecção e autoconsciência - indivíduos com SA têm dificuldade de entender seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.

11. Vestimenta e higiene pessoal - pessoas com SA tendem a ser menos afetadas pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma de se vestir e aos cuidados com a própria aparência.

12. Amor e rancor recíproco - como Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, suas expressões de afeto e rancor são em geral curtas e fracas.

13. Compreensão de embaraço e passo em falso - apesar do fato de pessoas com SA terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.

14. Lidar com críticas - pessoas com SA sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos.

15. Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais - como respondem às interações sociais com a razão e não intuição, portadores de SA tendem a processar informações de relacionamentos muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incômodas.

16. Exaustão - quando um indivíduo com SA começa a entender o processo de abstração, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito freqüentemente leva a exaustão mental.

Geralmente portadores de SA enfrentam muitas dificuldades quando passam da adolescência para a idade adulta, uma vez que o jogo de regras sociais se torna mais sutil e necessário. Essa dificuldade pode gerar muita ansiedade, depressão e causar alguns problemas entre o “aspie” e seus familiares.

Vale ressaltar que o QI de aspergers está na faixa de normalidade, ou seja, não há prejuízo cognitivo, assim, podem cursar universidades, fazer pós graduação e serem adultos autônomos e independentes.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

[Agenda] Eventos Fevereiro

Eventos que acontecerão em fevereiro!

Fonte: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/agenda/proximos_eventos/


Curso de Especialização em Reabilitação Neuropsicológica

O curso capacita o profissional a realizar intervenções neuropsicológicas em crianças, adultos e idosos com alterações cognitivas e comportamentais. Público alvo: psicólogos e profissionais da saúde. Início: Fevereiro 2011. Inscrições abertas

Data:

01.02.2011 a 01.12.2012

Endereço:

Rua Veríssimo Gloria 148

Cidade:

São Paulo

Estado:

SP

Paí­s:

Brasil

Telefone:

(11) 3069-6188

E-mail:

diphc@hcnet.usp.br e ecmiotto@usp.br

Link:

www.cepsic.org.br


MBA 2011 em Economia e Gestão em Saúde

Destinado a profissionais da saúde, gestores e administradores de serviços de saúde público e privado, bem como profissionais de outras áreas envolvidos com a discussão de temas pertinentes à saúde.

Data:

03.02.2011 a 15.12.2011

Endereço:

UNIFESP/GRIDES

Cidade:

São Paulo

Estado:

SP

Paí­s:

Brasil

Telefone:

11 5575 6427 / 11 5549 0158

E-mail:

economiadasaude@epm.br

Link:

http://www.cpes.org.br


Psicologia Hospitalar

Realização: Psicologia do Instituto Central do Hospital das CLínicas da FMUSP e CEPSIC - reconhecido pelo CFP - Titulo de Especialista

Data:

02.02.2011 a 08.12.2012

Endereço:

Rua Verissimo Gloria, 149

Cidade:

São Paulo

Estado:

SP

Paí­s:

Brasil

Telefone:

(11)3069.6188/3064.3186

E-mail:

dipichc@hcnet.usp.br

Link:

www.cepsic.org.br


Transtornos Alimentares e Obesidade

Realização: Psicologia do Instituto Central do Hospital das CLínicas da FMUSP e CEPSIC

Data:

02.02.2011 a 12.12.2012

Endereço:

Rua Verissimo Gloria, 149

Cidade:

São Paulo

Estado:

SP

Paí­s:

Brasil

Telefone:

(11)3069.6188/3064.3186

E-mail:

dipichc@hcnet.usp.br

Link:

www.cepsic.org.br


Neuropsicologia

Realização: Psicologia do Instituto Central do Hospital das CLínicas da FMUSP e CEPSIC - reconhecido pelo CFP - Titulo de Especialista

Data:

16.02.2011 a 16.12.2012

Endereço:

Rua Verissimo Gloria, 149

Cidade:

São Paulo

Estado:

SP

Paí­s:

Brasil

Telefone:

(11)3069.6188/3064.3186

E-mail:

dipichc@hcnet.usp.br

Link:

www.cepsic.org.br


Especialização: Psicologia do Envelhecimento

Realização: Psicologia do Instituto Central do Hospital das CLínicas da FMUSP e CEPSIC

Data:

02.02.2011 a 20.12.2012

Endereço:

Rua Verissimo Gloria, 149

Cidade:

São Paulo

Estado:

SP

Paí­s:

Brasil

Telefone:

(11)3069.6188/3064.3186

E-mail:

dipichc@hcnet.usp.br

Link:

www.cepsic.org.br


Curso de Especialização em Psicologia Médica - UERJ

Inscrições abertas: de 16/11/2010 a 17/12/2010 e de 03 a 07/01/2011 Carga horária - 20 horas semanais Objetivos: capacitar profissionais para atuar junto à equipe multiprofissional/habilitar os prof. à prática em hospital geral/Atenção primária á saúde/ psicoterapia individual e grupal.

Data:

15.02.2011 a 15.02.2013

Endereço:

Hospital Universitário Pedro Ernesto - Avenida 28 de setembro, 77 - 4º andar - sala 432

Cidade:

Rio de Janeiro

Estado:

RJ

País:

Brasil

Telefone:

(21) 2587-6469

E-mail:

psimeduerj@gmail.com

Link:

http://www.cepuerj.uerj.br